A TV estava ligada e o filme começou.
Ela, linda, de luvas em pelica caramelo, vestindo um tubo evasê preto, saltos altíssimos da sola vermelha.
Ele, lindo, de cabelos engruvinhados longamente cortados, cavanhaque e resto da face por barbear.
As taças de proseco tilintam e o som que produz tiram um sorriso suave de ambos.
Havia muito a brindarem: aquele encontro, os anteriores e os próximos.
Recearam o fim daquele amor, e daquela magia que só existia quando se tocavam.
O sino da catedral badalou oito vezes.
Ela precisava levantar e trabalhar, ele, dormir e sonhar...
Despediram-se apenas com um olhar sôfrego, pois se reencontrariam dali a dois anos.
Viveriam uma guerra necessária e particular.
Eram duas luas eclipsadas, cada qual pelo seu planeta.
Juraram voltar sem terem que partir novamente.
Em outra vida.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
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