quarta-feira, 30 de junho de 2010

Foi quando o amor explodiu em seu peito que ela conseguiu perceber o quanto o amava.
Não precisava mais se esconder disso.
Não havia nada que pudesse detê-la e em suas entranhas havia mais do que bem querer...
Abriu uma lata de coca zero (meu Deus, por que Diabos mudaram a fórmula da light???), tomou um trago, como se fosse o scoth de antes, porém agora estava embriagada de sentimentos.
Deitou no sofá e ainda não conseguia responder às perguntas do homem.
Não conseguia descobrir porque aquela relação fora fundada na mágoa, mas teria tempo de averiguar isso mais tarde.
Sim, teria tempo mais tarde, apesar de que poucos sabiam que ela já empurrara esse assunto por 30 anos.
Leu receitas e escolheu o jantar de hoje à noite, com a convicção de que a simplicidade de seu dia-a-dia garantia que suas altas aspirações intelectuais se acalmassem.
Pelo menos o jantar estaria sob seu controle.
Suas refeições nem sempre eram premeditadas e isso não lhe trazia paz.
Repetiu mentalmente as notas do ballet... ensaiou alguns passos e sorriu, pois lembrou-se da primeira vez que vestira as sapatilhas.
Guardou o caderno de anotações e voltou ao trabalho.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O espelho repetia o sorriso dela, assim como a alegria da sua alma.
Nada anulou sua capacidade de amar.
Era como poucas... e seguia sempre sorrindo.
Fez as malas e partiu, com a criança num braço e a felicidade no outro.
Correu o mundo e percebeu que seu lugar era reservado em qualquer canto.
Trazia seu lar dentro do peito e lidava com dragões com a mesma calma e determinação que cortava cebolas.
Sentiu compaixão em cada olhar.
Sentiu falta de seu amigo, e novamente tentou lhe falar.
Nada.
Talvez ele tivesse razão, não seria mais recebida como ansiava.
O tempo pode ter varrido o carinho, a irmandade, a cumplicidade.
Que droga! Seu olho saltou novamente... e percebeu o olhar vizinho assistindo à seus pensamentos.
Olhou para o relógio, já era hora.
Disse adeus e partiu.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Porque se passaram trinta anos, e somente após longos trilhos foi capaz de perceber o quanto estava empenhada em construir seu Nome próprio.
Demorou três décadas para se identificar aos seus gostos, aos seus modos.
Construir um estilo que lhe é próprio.
Seus valores foram edificados em pedra sólida.
E continuava acreditando neles, todavia agora era diferente.
Não se pautava em moral e ética, pois percebeu o quanto estas estavam calcadas em seu instintos.
E voou como borboleta... A espécie rara que a nomeava.