quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tinha o mesmo medo, e dia após dia, não conseguia abandoná-lo - o medo.
Era o rato que corre do gato e encarava o cachorro.
Era a rosa sedenta que não conseguia buscar água.
Se deitou para conseguir ver de mais perto seu íntimo.
Era uma garotinha linda e amedrontada. Morria de medo do escuro e da rejeição.
Temia despedidas como gato escaldado teme água fria.
Adeus lhe doía mais que qualquer outra cena.
E exatamente hoje aprendera a raiz quadrada dessa dor.
Sua profundidade, largura, altura. Suas dimensões.
Saiu para comprar luvas e pá, pois sem dúvida iria replantá-la.
Lugar de resto é no lixo, ou de modo mais sustentável, reciclagem.
Era a hora de deixar um beijo em cada um, pegar a valise da angústia, abrir a porta e sair.

Um comentário:

GizeldaNog disse...

...abrir a porta e sair para um mundo de possibilidades.

As angustias sempre existirão, mas a determinação de vencê-las é que constrói o caminho.

Lindo texto...Beijos