sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ela estava confusa, nunca na vida trabalhara tão arduamente na sua individualidade.
Que personagem representava ela na cena toda? Qual era a máscara que ela vestia?
Custara-lhe muito tempo e pensamento para definir seu estilo, sua marca e no entanto as pessoas continuavam a querer-lhe uma igual, vulgar.
Decidira ser biruta, e não vento.
Arriscou-se a não responder àquilo que supunha ser um questionamento... era livre para falar aos setes mares, aos sete pontos cardeais... Realmente estava livre.
Pensou no seu passado e não se arrependeu nem por um segundo deixá-lo para trás.
Queria mais era vida nova, senão de que lhe adiantaria ter lustrado a máscara? Mudado os adereços?
Precisou de mais plumas. Turquesa, turca, esvoçante. Leve e feliz como ela se sentia.
Esse era o momento de se afirmar. De trocar de pele, camaleoa.
Pediu seu nome gravado em ouro. Deu seus pés a ser beijado.
Não, não era mais um chapéu que ajeitava.
Era uma coroa que legitimava sua origem pagã.

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