segunda-feira, 31 de março de 2008

A Era das Balzacas...


"O casamento deve combater incessantemente um monstro que devora tudo: o hábito." (Honoré de Balzac)

***

Me permiti copiar e colar o trecho de A Mulher de Trinta Anos: "Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer."


Só prá contextualizar, o livro trata a fundo da questão do destino da mulher na sociedade e, em particular, dentro do casamento. "A Mulher de Trinta anos" contém estudos de psicologia feminina de extrema agudeza. Sua personagem principal, Júlia d`Àiglemont, é o primeiro grande retrato da mulher mal casada, consciente da razão de seus sofrimentos e revoltada contra a instituição imperfeita do matrimônio.


Constitui uma etapa na história da emancipação feminina. Revela-nos os sofrimentos da mulher incompreendida que não encontrou no casamento a realização de seus sonhos.


Por mais incrível que possa parecer, mais de um século e meio depois, após a ala feminina ter conquistado seu papel na política, na história, e, mais que isso, se auto-nominar como senhora de seu desejo, ainda se vê posições inconcebíveis quando o assunto é casamento.


É triste ouvir amigas se casando (ou às vezas mal-casando) com uma espécie de auto-indulgência implícita no texto: " É melhor ser divorciada do que solteira!"


Juro que quando ouço isso, sinto vontade de mudar de sexo!!!!


Casamento prá mim é outra coisa!


É muito mais prático. Mais maduro. Mais responsável.


Casar, por ser a companhia do outro agradável, por confiar em alguém a ponto de dividir sua contas com ele, seus segredos.... seus sonhos e fantasias...


Não colocando sobre os ombros do outro a responsabilidade da tua própria felicidade. ESTA só pode ser conquistada por você.


Além disso, casar, no sentido prático da coisa, só sendo independente tanto emocionalmente quanto financeiramente, com a maturidade de levar a coisa o tão pra sempre quanto dure o ser feliz do casal, ou o amor, como preferir...


Impossível essa conquista antes dos 30 anos... Sério!


Depois disso, vale tudo: festas gigantes, bem-decoradas, vestido dos sonhos (mas por favor, consulte alguém de confiança estética prá te ajudar nesta escolha!!!), viagens paradisíacas... o que for preciso... desde que os dois tenham em mente manter as honrarias ao afastar o tédio, o hábito, a rotina.


Ah! Também vale a pena a boa e velha festinha que deixa prá trás a antiga condição civil.... rs


Entenda-se aqui o que sua imaginação permitir....rs



bjinhos


Hell


quarta-feira, 12 de março de 2008

“A Verdade” existe?

"Devemos ter ciência que a Verdade
não é propriedade de ninguém, de nenhuma raça.
Nenhum indivíduo pode reclamar sua exclusividade.
A Verdade é a natureza simples de todos os seres..."
(Swami Vivekananda - Mestre Indu)

* * *


O belo texto da Hell (gostei da grafia!) sobre “verdades” cumpriu o seu papel e me levou a pensar, questionar, refletir...

Depois de esgotar minhas próprias idéias, decidi apelar para o pai dos burros do século XXI e procurei no Google o que alguns pensadores mais renomados que eu disseram sobre o assunto. De Swami Vivekananda a Nietzsche, passando pelo Dalai Lama e a Bíblia, encontrei muitas verdades diferentes.

No final, esse processo só fez reforçar a opinião que eu já tinha, de que a “verdade” está dentro de cada um de nós, na nossa convicção, nossa crença, nosso ponto de vista. E a coerência que a Hell citou, à qual eu dou tanta importância, é a capacidade de viver e agir em concordância com essa verdade interna.

O problema está no intercâmbio dessas verdades, que nem sempre é sadio. As pessoas se acostumam a esconder suas verdades por medo de julgamento e rejeição, ou para evitar mágoa e conflito. Daí as máscaras.

Por outro lado, quem pode dizer honestamente que está sempre, sempre aberto à verdade alheia, sem filtros ou julgamentos? Quem nunca tentou convencer outra pessoa da sua própria verdade? Convenhamos, a "culpa" é de todos nós.

Há alguns anos, uma namorada me perguntou se eu achava que ela estava bem naquela roupa. Com todo o meu tato de escorpiano, eu disse que não. Nesse momento, desprezei o óbvio: ela tinha convicção de que estava, sim, muito bem. Queria apenas minha reafirmação. A negativa, é claro, gerou um conflito, uma dúvida, daquelas que doem... e por muito tempo.

Talvez fosse melhor simplesmente ter aceitado a verdade dela, e concordado. Deixo essa conclusão a cargo de cada um.

Ser straight to the point não é só uma questão de se expor, muitas vezes é uma questão de expor a quem se ama. Desnecessariamente? Em muitos casos, sim.

Particularmente, dou mais importância à intenção por trás de cada atitude do que à atitude em si. Mentir, omitir, enganar é errado SEMPRE? Se o cara que você ama lhe perguntasse se é melhor na cama do que seu último amante, você seria capaz de responder “não”?

A Hell diz que “a verdade exige auto-exposição, ética exacerbada”. Discordo. A verdade pode ser usada para machucar e isso não é coisa para fortes.

Forte é aquele que guarda para si a verdade que fere e compartilha a que ameniza a dor.

Não é tudo igual. Não aqui.

Sejam fortes,

Mauricio

segunda-feira, 10 de março de 2008

Coração Malhado


Há uns meses mudei tudo...
Comecei uma dieta e junto a malhação....
Aula de dança, de corrida, de psicologia, acunputura, ortomolecular... Ufa!!!!
Depois de vários kgs perdidos, percebi os músculos da panturrilha e da coxa começando a querer rasgar a pele...rs
Caí na questão, será que de tanto malhar (amar) o coração também endurece?
O Mau se sente um tanto incomodado com o fato de eu ostentar com orgulho minhas cicatrizes... rs (Mas atentem-se ao fato que sem elas, eu não poderia ser o que sou hoje!!!)
Vivo, como a maioria das mulheres, motivada por paixões - talvez por isso um estilo de escrita tão passional... - volta a pergunta: será que como outros músculos, o coração enrijece ao ser exercitado?
Acho que a falta de prática de amar tira sim o condicionamento emocional, tornando pessoas frias, como robôs programados a praticar tarefas... pessoas que praticam sexo pelo esporte, nunca pelo envolvimento, ainda que dure apenas uma noite: um beijo, um olhar, um rastro de perfume!
Coisa de gente intensa no que faz...rs
Prefiro os encontros não marcados, a aventura do risco ao enamorar-se, o beijo dado com a alma que vale mais que mil contratos...
Quem não se atira ao penhasco, não consegue aprender a voar... e eu pretendo deixar sim, MINHAS ASAS bem treinadas, para que elas possam acompanhar as batidas de meu coração...
Mesmo que isso signifique mais uma marquinha a ser ostentada, viu Mau?


Bj com carinho,
Hell (por sugestão de uma leitora, grafarei a partir de agora com 2 ls)

domingo, 9 de março de 2008

Verdades...


Sou a favor da VERDADE.
Entenda-se por verdade o coerente a si próprio. Sem máscaras.
É indizível poder praticar o que se sente sem medo de parecer ridícula.
Além da verdade, também sou a favor da transparência. E da falta de rodeios... Ser straigth to the point... - o Mau vê nisso sinal de perigo! rs ... mas também muitas vezes ele é o alvo...kkk -
Traz orgulho, e é satisfatório poder compartilhar com um amigo o sentido (sentimento) sabendo ser compreendida.
Por que alguns casais perdem a capacidade de conversar abertamente um com o outro?
Será que os momentos de maior desentendimento entre dois, não é uma falta de arriscar-se a expor verdadeiras intenções?
Não é a verdade que dói. O que dói é a dúvida. O engodo. O jogo. O julgar.
A partir do momento que o jogo existe, existe a possibilidade de ganhar ou perder ou empatar, e, aprendemos desde cedo que perder é negativo, é pejorativo.
E ganhar? Ganhando também se perde. Mudança é perda e ganho ao mesmo tempo.
Mudança é vida, é cíclico.
Ganhar exige abrir mão do que se tem... e nem todos se dispõem a arriscar.
Mas continuo em favor da verdade... é mais difícil.
Difícil não, mais delicado. Pois A verdade exige auto-exposição, ética exacerbada.
Coisa pra poucos. Coisa pra fortes.
É importante ser tudo igual?
Carinho,
Hel

Nudez Diferente


Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade - emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente.
Muito mais intenso é assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.
Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos - aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.
Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.
Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expôr nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro.Não conheço strip-tease mais sedutor...

Bjs,
Helena

Boa sorte a todos nós!

Querida,

Obrigado pela apresentação e pelas boas-vindas!

Como você já sabe, adorei a idéia e, mais uma vez, agradeço a honra de ter sido, entre os tantos amigos que você tem, escolhido para compartilhar este espaço.

Espero que consigamos produzir aqui algo que se aproveite!

Àqueles que não têm ainda o prazer de conhecer Helena pessoalmente, devo dizer que é uma mulher única: inteligente, sincera, direta (opa... perigo!), bem humorada e linda!

O tipo de mulher que, de uma hora para outra, decide se reinventar e adota um estilo totalmente diferente, inova, ousa, choca, faz-se princesa sem perder a profundidade.

A Hel é sempre aquela companhia que me proporciona as combinações mais variadas, como samba + cerveja + Seminários de Jacques Lacan, ou jazz + cosmopolitan + “quero meu cabelo igual ao da Anne Hathaway em O Diabo Veste Prada”.

É essa diversidade de idéias e momentos que faz da nossa amizade algo tão construtivo, para nós dois. Eu aprendo – e muito – com o tal “ponto de vista macho/feminino” dela, e vice-versa (ou não...).

Talvez seja essa a idéia do blog, compartilhar um pouquinho dessas discussões que nos fazem tão bem, na esperança de que outras pessoas possam pegar um pedaço do que a gente vive e aplicar às suas vidas também.

A todos os interessados, sejam bem-vindos.

A casa é de todos nós!

Maurício

Ano Novo /Ano Pessoal


Detesto comemorações de fim de ano.


Hora marcada para amar (como se o próprio amor tivesse a elegância de pedir licença pra visitar!), momento agendado para se estar junto, com começo, meio e fim...


Prefiro encarar o ano novo pessoal, data esta, no meu caso coincidente com a festividade mundial...


Divagações à parte, o que mudou em 2008?


É comum pessoas se proporem um lista de afazeres (ou por fazer) no ano seguinte - como se mundanças, principalmente as pessoais, fossem bruscas?!?! - e irem checkando a lista, como se a vida assim fosse linear.


Acho mais interessante o aprés-cours... Mais genuíno percerber-se mudado pela vida ao se propor mudar racionalmente.


É mais importante ser ator ou personagem, uma vez que representamos quase que o tempo todo? A divisão de papéis é quase que imperceptível a si próprio... e o outro é a divisão de águas...


Ser o que se foi jamais será uma experiência permitida aqui/agora, ainda que na ficção o seja.


Dica: Olha pro externo. O estético pode ser tão valioso quanto o ético.


Vem perguntar onde a tranformação se realizou diante o passado? Olha novamente e se atenta a descobrir a resposta!


Continuamente descontínuo...


Ser o que se foi, e continuar a sê-lo de forma diferente... eis a mudança sem se perder a IDENTIDADE!


O que é intrínseco permanece. O que é atuação se esvai...


Mudança = Vontade + Desejo


Vontade é consciente.


Máscaras = Armaduras


Quem é vc hoje?

Será que é tudo igual?

bjinho

Hel

terça-feira, 4 de março de 2008

Apresentação

A idéia deste blog surgiu de vários bate-papos que tenho semanalmente com um amigo.

São conversas comuns, na ótica da simplicidade do assunto, porém muito filosóficas no sentido da profundidade que cada tema pode alcançar.

Questões como: Por que elas buscam A, enquanto eles oferecem B?

De que vale a pena X, sem Y?

Como dizer Z, sem parecer W?.... entre outras, são discutidas informalmente.

Conheço o Maurício há quase 10 anos!!!! (nossa, já faz tudo isso?) E o mínimo que posso dizer é que ele é amigo pra toda hora.

Alguém para se fazer tudo e nada, entre o céu e o inferno. Apesar de que sempre ultrapassamos a fronteira, não é mesmo Mau?

Um cara inteligente, sagaz, bem-humorado, bonitão, e o mais raro no perfil: HETERO...rsrsrs

Nos momentos tempestivos, festejantes, deprês, faça chuva ou faça sol, o Mau está sempre por perto, dando carinho, conforto, atenção e... suas coerentes alfinetadas... (não se preocupem, é para o bem de todas nós!!! rs)

Ele sempre me ajudou a "pensar o masculino", todavia tenha alma extremamente sensível. Acredito, que de alguma forma, meu ponto de vista macho/feminina também valeu de um jeito ou de outro a ajudá-lo a entender a subjetividade DO QUE QUER UMA MULHER.

Assim sendo, nos propusemos a criar este espaço para compartilhar nossas idéias, opiniões, sugestões e vontades.

Seja bem-vindo, Mau!

A casa também é sua!

Afinal, é tudo igual!

Carinho,

Helena