quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A realidade de um castelo imaginário, ou como construir vida no real


Nunca é tempo demais para elaboração, em vista panorâmica.
Sempre é tempo demais pra se comunicar quem se é.
A lua alta em terceiro ciclo comunica o amor em mutação.
A maré acusa movimentos naturais.
O corpo é maré, e também o é seus fluídos, entre indas e vindas.
Ressacas, batimentos em pedras e descansos na areia.
Fluxos exaltados, fluxos parados, ainda que estejam gritando em calar.
Uma gota de chuva cai, marcando a areia onde a criança constrói seu forte.
E ela insiste em almofadar a terra, torneando-a como aprendeu com os apaches.
E reconstroe sua força lúdica, fortaleza. Real.
Ela se distrai e enfrenta tudo que seja terra, mar, sol, chuva, suor.
Não há mais conflitos.
A voz da criança se cala por que não é mais necessário o som que não seja o do vento.
E passa horas entretida em sua história, que é tão ou mais real que os banhistas que a cercam.
Não vê o tempo passar e não conta com marcadores de tempo.
Seu dinamismo dura o tempo que durar, assim como o amor daqueles amantes que admiram a lua em terceiro ciclo.
Assim como o inverno, que dura o tempo suficiente para permitir às flores mais um colorido.
Ou como a chuva, que cai até que se faça sol novamente.
Sem preocupações de porquês, sem indagações de quando ou sem querer medir o poder do amanhã.

Um comentário:

Anônimo disse...

...as palavras chegam enfim como onda, que mal se revela e já se esvai.
Há todo um reinado aí fluindo...
Delícia.