sexta-feira, 8 de junho de 2012

Passaram-se 17 anos da última vez que percorrera aqueles caminhos.
A terra era seca, o vento quente e todavia se encontrava lá ela novamente.
As casas calcárias, com cúpulas azul-oceano... 
O Mediterrâneo logo ali, onde seus pés podiam tocar e sua alma repousar.
Foi silêncio alarmante... 
Cerrou os olhos e permitiu à sua mente divagar...
Seria capaz de ouvir o pulsar da terra, e ouvir Elláda como seu idioma principal.
Porque, sim, eram em momentos como aqueles em que ela era capaz de fluir em qualquer dialeto, 
a alma humana era escrita de forma espiralada e helicoidal e ela, Helena de Sistriera era parte do espírito do mundo!
Vivera tanto em sua pequena e miserável província, quanto em Constantinopla, época em que seus filhos eram pequenas criaturas dela dependentes...

***

Ah, o tempo!
Há quanto passara a época de acreditar que apenas a realidade importava.
Desde então, aprendera a ler o mundo com o coração!
Aprendera a carregar sua história como uma leve bagagem de mais de um século!
Fora ensinada a manter sempre no peito o que mais tarde o homem chamaria de Disco de Festos, sem saber que o dela era herança paterna, de pai escultor.
Isso sim era sua herança mais valiosa. 
Conhecia a ignorância de toda uma humanidade que se dizia tecnológica embora não conhecesse sequer a linguagem de seu Pai.
Ali estava o Elixir da Vida. A crença que Deus era Uno e Tríade.
Como poderiam eles desconhecer a melhor parte da História?
Da origem dos tempos?

***

O homem do século XX desaprendera a felicidade de Epicuro.
Conquanto houvesse um só jovem que não lesse além das escritas, o segredo ficaria guardado.
Fizera essa promessa e levaria até a data combinada.
Não sentia medo nem ansiedade, era de sua natureza guardar aquilo que não conseguia explicar, e poucos reconheciam que esse sim era o Verdadeiro Segredo.



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