quarta-feira, 9 de novembro de 2011


Vivera aquele dia a mistura de Caymmi e Godard.
Era existência demais para uma pessoa apenas sustentar ainda que ela nunca recusasse vida - com suas dores e amores.

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Passou seus medos a limpo, conversou novamente com seu Caminho (já era a segunda vez na mesma semana que o procurava).
 O Rei de Paus a seguia, com seu olhar penetrante, lembrando-a de quem a aguardava e para que a perseguia.
Ouvira atentamente seus conselhos, mas havia um medo presente que a segurava como rédeas em dia de competição. Qual seria o momento mais adequado à sua mudança? Até quando negaria sua essência feminina, intuitiva, recebida da própria Sacerdotisa, anos antes, antes mesmo de Tróia ser sua terra de conquista?

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Pensou muito sobre pertencimento.
De onde brotava suas raízes?
A quem de fato pertencia, depois de suas crenças?

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A avó lhe dissera outrora que ela havia recebido e negado o espírito de luz.
Ela, como sábia mulher do olhar bondoso e cristalino, ouvira suas aclamações, e tudo o que respondera fora uma charada, que passaria por irônica, não conhecesse há tanto a mulher.
Ela gostaria tanto de decifrar a tal frase.
Gostaria tanto de ter recebido o anel com sua herança emocional...

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Chegara o momento de por em prática o que conhecia até então.



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