sábado, 5 de novembro de 2011

Ela passou a noite toda calada na companhia dele.
Seus diálogos eram num silêncio gritante, pois ela o amava e sentia a paixão sozinha houvera tantos anos, que se acostumara a não dizer palavra, mesmo com ele deitado ao seu lado.
Inspirou lenta e profundamente, saboreando o perfume que ele exalava. Após o banho, o cheiro era simples e real, era o cheiro mais íntimo dele, aquele que o perfume teimava em esconder.
O cheiro raro do homem amado, que ela tinha que buscar nos raros momentos - essa era uma noite realmente especial, pois conseguira a noite toda com ele.
Lembrar esses momentos fazia sua garganta travar e seus olhos marejarem, mas não conseguia evitar o sorriso bobo que brotava em seus lábios.
Queria gritar aos setes cantos esse amor.
Queria cantar a liberdade desse amor enclausurado.
Queria dizer a ele o quanto o amava e o tanto que o Amor era resistente em esperar.
Queria acelerar o cronômetro, para que a data tão tardia chegasse logo, e ele finalmente viesse para ficar, pois soubera desde o momento em que o conhecera, que este amor, assim como o vinho, seria melhor no futuro.
Pois só com ele aceitaria morar na casa perdida no meio da praia, só com ele aceitaria estar em qualquer lugar, conquanto estivessem juntos.

Nenhum comentário: