quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Empurrava o carrinho por entre os pêssegos, foi quando sua voz confirmou ser ele mesmo, e seu peito se encheu de alegria.
E saudade.
Se abraçaram, como sempre faziam. Ele a reconheceu.
Reconheceu sua alegria e parte de sua loucura.
Passaram horas nos próximos 5 minutos, entre o melão e o pêssego, onde coube toda uma vida.
Aprendeu a fazer um linguado gastronômico e correu em busca das tais alcaparras.

Ela se levantou com a sutileza de quem pretendia guardar aqueles últimos pensamentos.
Sentiu a necessidade de manter viva cada lembrança, pois eram boas.
Por que é que era sempre interrompida por algo quando ela chegava na essência?
Não pretendia provar a existência do amor e sentia compaixão pelos momentos em que desejou não mais amar.

Abriu um sorriso gigante que a fez rodopiar na fazenda, sentindo seu turbante se desenrolar.

Adorava sentir sua alma se expandir, sem criar raízes.

Estourou o prosseco e brindou a felicidade.

Nenhum comentário: