sexta-feira, 30 de março de 2012


Depois de varrer o sangue jorrado de sua alma, ela enxugou o rosto com o dorso das mãos, os olhos borrados de preto. A boca, uma mancha vermelha, sedenta em despejar tudo o que não era amor.
A dor dilacerou seu corpo, fazia tempo que sentia medo de quando esse momento chegasse... A dor do medo...
Quando o tsunami passou, era apenas uma marola e sentia seu coração pulsante por vida e alegrias... Ele sorria, pois apesar do ao redor destruído, estava inteiro e completo!
Era hora de mudar os móveis de lugar, de jogar fora as contas antigas de telefone, de trocar de perfume e doar as roupas velhas que não mais serviam em seu corpo.
Já não era sem tempo o momento de acreditar que o futuro era possível e não era uma vã imaginação criada por entorpecentes, nem por amigos desesperados em consolar.
Acredita que seu futuro pauta sua construção no hoje, e que viver o presente na calma e intensidade a levará mais depressa a seu destino.
A esperança era o sentimento mais válido que saboreou nas últimas semanas.
Sem nostalgia, apenas otimismo.

Um comentário:

GizeldaNog disse...

Um texto dilacerante que termina com otimismo...o clímax perfeito.
Escrever não é difícil, o difícil é casar o que pensamos com o que colocamos no texto.Para você isso parece muito fácil...

Beijos, Vanessa. Saudades.