terça-feira, 6 de julho de 2010

Ela tinha uma espécie de auto-controle capaz de causar inveja nos piores torturadores.
Mas esse mesmo controle a corroía, pois descobrira que apenas o guardava para si.
Estava num tempo em que estava totalmente desmotivada profissionalmente.
Carecia de férias para não pedir demissão.
Precisava pausar parte de sua existência por alguns dias (francamente, alguns não, vários... rs)
Precisava do tempo necessário para ouvir seu coração bater, sua alma relaxar.
Pensou nas suas últimas férias, e não se lembrou de quando foi.
Foi quando se pôs a chorar. Nunca fora o tipo de gente que vende a alma ao diabo.
Gostava de ter como filosofia o hedonismo.
Tadavia não tivesse preguiça para trabalhar...
Apenas em momentos como esse!
Em casos como este, sua temporária solução era o de montar roteiros de viagens extraordinárias, para o dia que pudesse se dar pausa.
Seu próximo desejo era Istambul, e descobriu que não havia um só lugar em todo o planeta onde não pudesse aterrisar sua imaginação.
Sentiu o cheiro de canela com curry. Pensou no falafel e na coalhada seca. Nas tâmaras e no orégano.
Pensou no homem sentado no sofá e na despedida de sábado à noite.
Pegou um próximo vôo e tentaria relaxar.
Com a criança sorridente que tanto enchia seu coração de algo que já desistira de tentar explicar.

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