segunda-feira, 17 de maio de 2010

Então, hoje fora marcada pela presença.
Ainda que na distância física, ela chamou seu nome e pareceu ouvir algo mais do que ecos.
Se deu conta que tudo o que sentia era apenas afeto esparramado no vazio.
Percebeu que por mais importante que fosse, existiria sempre algo a mais.
(Procurou esse conceito do a Mais, e o que encontrou em Lacan, só a confundiu mais ainda).
Se o que sentira fora sacanagem ou afeto, o tempo haverá de confirmar depois.
Esses espasmos sempre se deram après cours, em noites mal-dormidas, o seriado martelando suas entranhas, a imagem do Pai presente em cada cena.
As cortinas desceram, o palco ficou vazio, e só então fora capaz de perceber que a pior solidão que poderia sentir seria a da própria companhia.
Isso lhe deu força. Se amava como poucos. Não de um amor arrogante, pedante ou auto-idolatra.
Pois reconhecia quem era e o que desejava.
Se amava de uma forma mais sobrevivente. Encorajadora. Digna.
Descobrira que ter seu valor era algo conquistado, que não poderá ser arrancado junto com a máscara.

Nenhum comentário: