sexta-feira, 21 de maio de 2010

Acordou num sobressalto e a cena da cabeça batendo no asfalto como ovo cru tilintava em sua cabeça.
Sentiu ódio novamente pela amiga que perdera por traição.
Desta vez, não da amiga, da traição.
Chorou pelos pais de sua amiga, pela mãe de tão boa alma que outrora não negara à pequena menina sua real identidade. Nunca se esqueceria desta lição de vida.
E choveu. Choveu forte.
As ruas se alagaram na hora em que iriam partir...
E atravessaram as poças altas como crianças brincando na piscina do clube.
E se beijaram. Era desta vez um beijo apaixonado de despedida, embora partissem juntos...
Ela olhou para ele e sentiu amor.
E depois da chuva, chorou e correu ao ver o corpo estendido sobre o asfalto.

Nenhum comentário: