sábado, 26 de maio de 2012

O olhar

Olho no olho, cara a cara e detalhes à parte, se sentiu estranha.,
mesmo à vontade e com vontade.
Ela sequer olhou em sua direção. Sentiu tensão, surpresa e abobalhamento.
Tentou sair natural, mas seu pensamento era um desfile de carnaval.
Ela era porta-bandeira, cujo mestre-sala se recusou a dançar.

***
Permitiu que a música entrasse em seu espírito e saísse por todos os poros.
Permitiu que o Divino a transformasse.
Resultado: lágrimas em forma e amor em conteúdo.

***
Publicou seu lar como recanto do Bem.
A partir de já, só adentrariam os convidados de alma.
Os selecionados a rir seus risos e chorar seus prantos.
Era hora de não pensar mais, nem menos, nem igual.
Era hora de deixar o tempo correr e se dedicar ao que lhe dava prazer.

***

Pensou em sua terra Natal, em Sistriera e em tudo que lá viveu.
Despediu-se do Amor e deu bem-vindas ao Amigo, com serenidade.
Aceitou pela primeira vez, uma mão estendida a ajudá-la.
Mais tarde, será a hora de agradecer.


2 comentários:

GizeldaNog disse...

"A partir de já, só adentrariam os convidados de alma.
Os selecionados a rir seus risos e chorar seus prantos."...

Belíssimo, Vanessa!Você escreve com uma leveza impar,tão suave que até a dor parece normal.
Beijo.

Em tempo : Deixe a Clarice entrar em você profundamente pra entender o que é alguém conseguir colocar no papel todas as nossas angustias.

Vamn disse...

Amo sua forma de me ler... me vejo quase como me lendo do lado de fora! Adoro seus comentários!
Bjs